A gripe H1N1 já se espalha por mais de dez estados no país. O alto número de infectados antes mesmo do inverno assustou famílias de todo o Brasil e deu início a uma corrida por vacinas, remédios e muito álcool em gel para tentar evitar a doença.
Todo o receio com a gripe A começou em 2009, quando o vírus apareceu pela primeira vez e pouco se sabia sobre ele. Após sete anos, médicos afirmam que não é preciso entrar em pânico, uma vez que a ciência conseguiu estudar a influenza A e criar remédios e vacinas para tentar controlar a doença. "Desde sua primeira aparição estamos observando o H1N1, agora temos boas armas para prevenir o contágio, tratar e combater o vírus. É preciso manter a calma e seguir o tratamento", afirma Francisco Mazon, pneumologista da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
A gripe H1N1 é uma doença respiratória aguda e é diferente de uma gripe comum por ser causada por um subtipo distinto do vírus influenza. "Fundamentalmente temos duas famílias do vírus influenza: a família A, que conta com a H1N1 e a H3N2, por exemplo, e a B, que é a gripe mais comum, mas basicamente são gripes", diz Mazon.
Na verdade, os sintomas da H1N1 são iguais aos das gripes que estamos acostumados: dor no corpo, fraqueza, mal-estar, febre alta, tosse, espirros e dor de cabeça. O que acontece é que os sintomas podem ser mais fortes que os de uma gripe corriqueira, e os pacientes costumam sentir falta de ar e dificuldades respiratórias.
Para pegar o vírus é preciso entrar em contato com a saliva ou secreções respiratórias de uma pessoa infectada. Geralmente, a contaminação se dá quando doentes espirram ou tossem. "As gotículas, repletas de partículas infectantes, podem cair sobre superfícies e objetos, onde o vírus pode ficar ativo por dez horas", afirma Carolina Lázari, infectologista do Fleury Medicina e Saúde. Quem tocar locais contaminados e em seguida levar as mãos ao nariz, boca ou olhos, pode se contaminar.
O Ministério da Saúde selecionou o público-alvo da doença, que inclui: crianças de até 5 anos, grávidas, índios, idosos, trabalhadores da saúde e portadores de doenças crônicas. Esses grupos são os mais sensíveis ao vírus e podem ter complicações caso sejam infectados. Por isso, as campanhas de saúde priorizam esses pacientes.
Se você está no grupo de risco, deve procurar um médico. Se não, o médico é indicado caso os sintomas sejam muito intensos ou se o paciente tiver falta de ar - por risco de pneumonia. "Uma pessoa jovem, saudável, com quadro febril de 38,5°C, dor de cabeça, tosse ou espirros, não precisa procurar o médico, pode tratar como uma gripe. Caso o mal-estar fique intolerável, a febre seja de quase 40°C, é preciso ir ao um médico", diz Nancy Bellei, infectologista da Unifesp.
Os pacientes do grupo de risco, como grávidas, crianças e idosos devem tomar o Tamiflu (oseltamivir). Normalmente é preciso tomar a cada 12h por cinco dias, mas o período pode se estender por dez dias. Mas não é todo caso que precisa deste remédio. "Para os que estão fora do público-alvo e não correm riscos de complicações, o H1N1 pode ser tratado com remédios analgésicos, anti-inflamatórios e até xaropes, se o paciente tiver tosse", afirma Mazon.
As medidas mais importantes são a higienização das mãos com frequência, com água e sabão ou álcool gel. Além disso, é recomendável manter os ambientes arejados, ventilados e limpos, e evitar locais fechados ou com grande número de pessoas. Alimentar-se bem também ajuda a manter o corpo saudável.
Fonte: UOL Notícias