Dicas de Saúde 23 de Maio de 2018

Hipertensão: causas, sintomas, diagnóstico e cuidados


Para chegar a cada parte do organismo, o sangue bombeado a partir do coração exerce uma força natural contra as paredes internas das artérias.

Os vasos, por sua vez, oferecem certa resistência a essa passagem. E é essa disputa que determina a pressão arterial.

A pressão varia ao longo do dia. Numa pessoa deitada, ela fica mais baixa. Quando nos movimentamos, os valores sobem, porque o cérebro avisa que o corpo precisa de mais energia.

A pressão é apresentada em milímetros de mercúrio (mmHg). O indivíduo é considerado hipertenso quando sua pressão fica maior ou igual a 14 por 9 na maior parte do tempo.

A partir desse limite, o risco de ocorrerem doenças cardiovasculares, renais e por aí vai é significativamente maior. Aliás, entidades americanas já até baixaram o sarrafo para 13 por 8.

Para fazer a medição, é utilizado um aparelho chamado esfigmomanômetro, posicionado em volta do braço, e um estetoscópio para ouvir os sons do peito.

O primeiro número é registrado no momento em que o coração libera o sangue. Essa é a pressão sistólica, ou máxima - o recomendável é que não passe de 12 mmHg.

O segundo valor é a pressão diastólica, ou mínima. O ideal é que fique em torno de 8 mmHg. É o famoso 12 por 8.

Quando a pressão fica descontrolada, o coração é o órgão mais afetado. Como a circulação está prejudicada pelo aperto nas artérias coronárias, ele não recebe sangue e oxigenação suficientes - um quadro que leva ao sofrimento do músculo cardíaco, podendo ocasionar o infarto.

O acidente vascular cerebral (AVC), o popular derrame, é outra consequência frequente da hipertensão. Com as constantes agressões da pressão, as artérias da cabeça não conseguem se dilatar e ficam suscetíveis a entupimentos.

Os picos hipertensivos acabam servindo de estopim para um vaso ficar completamente obstruído ou então se romper.

Além do derrame, a pressão alta provoca uma série de pequenas obstruções e hemorragias no cérebro. Ao longo do tempo, esses episódios destroem os neurônios - o quadro é denominado demência vascular e leva à perda de memória.

Os rins também deixam de filtrar o sangue a contento quando a hipertensão se instala por muito tempo, e essa falha pode provocar insuficiência renal.

A pressão alta interfere ainda nos vasos que irrigam a retina, tecido no fundo do olho crucial para captação das imagens. É por isso que alguns hipertensos relatam sofrer de visão embaçada.

Sinais e sintomas

A hipertensão é uma doença silenciosa. Se os sintomas abaixo surgirem, provavelmente ela já estará em fase mais avançada. O ideal, portanto, é detectá-la com exames.

Dor de cabeça

Falta de ar

Visão borrada

Zumbido no ouvido

Tontura

Dores no peito

Fatores de risco

- Histórico familiar: filhos de pais hipertensos têm um risco 30% maior de ter pressão alta

- Idade: a partir dos 60 anos de idade, as artérias perdem a flexibilidade

- Etnia: a doença é mais prevalente na população negra e asiática

Obesidade

- Poluição

- Estresse

- Sono irregular

- Menopausa: a queda dos hormônios femininos danifica as artérias

- Excesso de bebida alcoólica

Tabagismo

- Alto consumo de sal

Sedentarismo

- Diabetes

Doenças renais

- Apneia do sono

- Hipertireoidismo

A prevenção

Um estilo de vida saudável influencia muito aqui. Dar um basta no sedentarismo, especialmente se valendo de atividades aeróbicas, como correr e nadar, induz a liberação óxido nítrico, substância vasodilatadora. Com as artérias relaxadas, a tendência é a pressão se manter mais baixa.

Verdade que, durante os treinos, é esperado que a pressão até suba um pouco - daí porque pacientes com hipertensão devem ter certos cuidados com os exercícios e buscar supervisão de um expert. Mas logo depois os números se estabilizam.

A alimentação é tão importante na prevenção da pressão alta que há uma dieta específica para esse fim. É a DASH, sigla em inglês para "dieta para combater a hipertensão".

Ela foi criada em 1997 e se baseia em generosas doses de vegetais, frutas, legumes e grãos integrais no cardápio como forma de combater a elevação da pressão. São alimentos carregados de nutrientes como potássio, cálcio e magnésio - minerais que regulam a contração dos vasos sanguíneos e do coração.

O consumo de sódio, por outro lado, deve ser moderado. Ele é o principal componente do sal de cozinha, e exagerar na dose é um perigo. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é ingerir no máximo 5 gramas de sal por dia. Isso equivale a uma colher de chá.

Só não se esqueça de considerar os alimentos que têm sódio em sua composição, como o pãozinho, os temperos prontos, embutidos e produtos processados. Hoje, estima-se que o brasileiro consuma mais ou menos o dobro de sódio do que deveria. Essa é uma das razões pelas quais 30% da população possui hipertensão.

Não fumar, não extrapolar na ingestão de bebidas alcoólicas e driblar a insônia são atitudes bem-vindas. É importante também arrumar uma brecha na agenda para incluir momentos de prazer capazes de aliviar o estresse do dia a dia, outro sabotador das artérias.

O diagnóstico

Como a hipertensão não costuma dar sinais, é fundamental medir a pressão pelo menos uma vez por ano. Nas consultas de rotina, seja com o clínico geral ou algum especialista, sempre informe se algum parente sofre desse mal, sobretudo se for for o pai ou a mãe.

Para confirmar se uma pessoa possui pressão alta, a medição tem que ser feita em três dias diferentes. Antes de cada uma, o paciente deve seguir orientações como evitar tomar café ou bebidas estimulantes, descansar bem e relaxar.

Na hora do exame, não se deve conversar nem ficar se mexendo. Esses cuidados são importantes para que o resultado seja o mais confiável possível. Se ainda assim restar alguma dúvida, o especialista solicita um exame que vigia a pressão ao longo de 24 horas - é o holter.

Fonte: Hoje Mais Online 

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